Tem tudo a ver…
Abraão não fez nada ao acaso, em cada passo dado, em cada decisão tomada… na verdade, existia uma lógica por detrás de todas as suas ações e esta lógica era a LÓGICA DIVINA
“Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, Eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência. Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na sua largura; porque Eu ta darei.” (Génesis 13.14-17)
Deus não deu toda aquela terra a Abraão e aos seus descendentes “gratuitamente”. Além dos constantes sacrifícios oferecidos por Abraão, Deus ordenou-lhe que “percorresse toda a terra”, ou seja: ele teria que chegar, fisicamente, a todos os lugares que Deus lhe havia mostrado e que tinha prometido dar-lhe a ele e a toda a sua descendência, e “colocar a planta dos seus pés”.
Isto implicava:
- O esforço de mobilizar todos os seus bens e as pessoas que o acompanhavam;
- Correr muitos perigos durante diferentes viagens;
- Enfrentar inimigos e levar uma vida nómada.
Tudo isto quando o que todo o ser humano mais procura é a segurança e o conforto ao longo da sua vida. Todas as pessoas procuram um bom lugar para se estabelecerem, comprar uma bela e confortável casa e permanecerem lá até ao fim dos seus dias, em paz e sossego.
Abraão renunciou também a isso, e viu os seus familiares, concubinas, parentes, amigos e servos a morrer ao longo do caminho e a serem enterrados em lugares diferentes, sem que ele tivesse uma morada fixa.
Esta também é a vida do Pastor da Igreja Universal, feita em grande parte do sacrifício que oferecemos, como o fez Abraão, como faz o Bispo Macedo e todos os que fazemos parte desta tribo nómada, escolhida por Deus.
Enquanto Abraão percorria a terra para possuí-la, as pessoas que iam e permaneciam com ele estavam a ficar cada vez mais fortes, formando-se, organizando-se num povo e unindo-se cada vez mais entre si.
Tenho chamado a atenção para esta reflexão sobre estes versículos, que temos lido inúmeras vezes e que nos têm inspirado tanto.
Bispo António De Francisco Cantúa – Espanha