Qual o preço a pagar pela sua vida? (cont)
Momentos difíceis todos nós enfrentamos, mas, tendo a Cristo como alicerce, permanecemos firmes, superamos e seremos pessoas realizadas.
“Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos 8.34).
Qualquer pessoa que queira ser bem-sucedida tem de seguir o exemplo de alguém, por isso, se a sua decisão for seguir a Cristo saiba que primeiro terá que negar-se a si mesmo/a. E quando nós, homens de Deus, o/a aconselhamos a não ficar ansioso/a e a não andar preocupado/a, é justamente para que você tome a decisão de seguir os passos d’Aquele que lhe irá permitir chegar ao seu objectivo, pois não há ninguém mais interessado em que você alcance o seu objectivo do que o próprio Deus. Mesmo porque o seu objectivo foi-lhe dado por quem? Por Deus. E é claro que os seus objectivos são bons, porque foram-lhe dados por Deus. Então, você perguntará: e porque é que eu não os alcanço? Porque é você que tem de dar o primeiro passo, que não é obrigar os outros a crerem e a seguirem a Cristo, mas sim você fazer o que é certo, aceitar e seguir a Cristo.
O segundo passo, Ele diz: “… tome a sua cruz…”.
Esta cruz não são as doenças, a miséria ou a infelicidade sentimental, mas sim as perseguições que você sofre por fazer o que é certo, por falar a verdade, por ser honesto/a, por ser sincero/a… Esta cruz é você negar-se a si mesmo/a, no sentido de ao invés de fazer a sua vontade, quando, por exemplo, lhe fazem mal, você não pagar na mesma moeda, mas sim com o bem. Esta cruz são as tentações, porque Deus não livra ninguém de ser tentado, mas Ele livra a todos que buscam n’Ele a força, a sabedoria, a verdade e a disposição para não cair em tentação. Pensamentos negativos vêm a todos e momentos difíceis todos enfrentamos, mas quando você anda com Deus, você se resgata. Quando você busca a Deus, independentemente de todos os que o rodeiam, e se nega a si mesmo/a, às suas manias, aos seus costumes, às suas fantasias, a esse desejo de fazer vingança e justiça com as próprias mãos, de pagar o mal que lhe fizeram com outro mal, a essa vontade de desistir, de fugir e de desaparecer. Aí você toma a sua cruz e aguenta a pressão, a tribulação e a tentação e você continua a dar passos firmes em direcção ao seu objectivo.
Disse Cristo: “… siga-me”.
Então, só segue a Cristo quem se nega a si mesmo/a e toma a sua cruz. E repito a cruz não são os problemas, mas as perseguições que sofremos por crermos em Deus, por fazermos o que é correcto, justo e verdadeiro.
“Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á” (Mc 8.35).
Para você salvar a sua vida existe um preço. E qual é ele? O primeiro é negar-se a si mesmo/a; o segundo é tomar a cruz; o terceiro é perder a sua vida, isto no sentido de não fazer a própria vontade, mas sim a de Deus. Então, qual é sétimo segredo para você obter a resposta de Deus? Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. Enfim, a minha vontade até pode ser boa, mas tenho de deixar prevalecer a de Deus, pois Ele sabe o que é melhor para mim. Tal como um pai que ouve o filho pedir algo, mas não lho dá, pois sabe que lhe poderá dar algo bem melhor, assim também é Deus.
Quando você diz seja feita a Sua vontade, você está a perder a sua vida e a abrir mão da sua vontade para fazer a vontade de Deus.
E Ele prova isso, quando diz: “… por causa de mim e do evangelho…”.
Aqui pode ver a importância de se preocupar com o que diz as Escrituras Sagradas. Mas quando você diz: “Bispo, mas a minha vizinha não diz isso; os governantes não dizem isso; não é isso que eu vejo acontecer na Sociedade”. Bem, você tem de fazer uma escolha: a quem é que você vai dar ouvidos? Aos outros, ao Deus que apresentam as tradições e as religiões ou vai fazer como diz o Evangelho. E o que é que diz a Palavra de Deus? Se Cristo estivesse no meu lugar como reagiria Ele? Foi o que fez Abraão, quando tomou conhecimento de que o seu sobrinho tinha sido levado como prisioneiro. Abraão fez o que Deus faria no seu lugar, agiu, lutou e foi para a guerra. Ele não renegou, não blasfemou, não perguntou, não culpou a Deus, não jogou a culpa em cima de ninguém, nem disse bem feito. Abraão colocou em risco a própria vida por alguém que havia feito o que era errado, pois Ló foi viver numa cidade que estava cheia de maldade.
E como é que uma pessoa de Deus vai conviver com pessoas más? Foi uma escolha dele e sofreu as consequências disso. Pois, Deus respeita as nossas escolhas, mas não impede que venhamos a colher as consequências, tudo para que aprendamos, amadureçamos e cresçamos. Contudo, Abraão colocou em risco a sua vida e a de 318 homens que nada tinham a ver com o erro de Ló. Mas Abraão havia perdido a sua vida porque queria encontrar a vida que Deus tinha prometido e encontrou-a, tal como acontece a todos aqueles que crêem em Deus e que perdem a sua vida por amor a Ele. Então, você perde ou ganha? Aparentemente, você perde, mas, espiritualmente, você ganha, porque é resgatado/a, Ele salva a sua alma e escreve o seu nome no Livro da Vida. Deus passa a estar consigo e a prova disso é a paz que há no seu ser, que inunda a sua alma e o/a faz ser uma pessoa equilibrada, segura e firme na fé.
Continua amanhã…
“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8.36).
Então, você vê que a pessoa que não se nega a si mesma, que não toma a sua cruz, que não segue a Cristo, que não faz a vontade de Deus e quer fazer a sua, que não faz o que está escrito no Evangelho, ainda que esta ganhe todo o mundo irá perder a sua alma. E esta é o mais importante, por isso é que nós, homens de Deus, o/a ensinamos a priorizar a sua comunhão com Deus, a salvação e o batismo com o Espírito Santo, porque se você é salvo e tem o Espírito de Deus em si, todas as outras coisas lhe serão acrescentadas.
“Que daria um homem em troca de sua alma?” (Mc 8.37).
Tem alguma coisa que você pode dar em troca da sua alma? A casa, o filho, a esposa ou o diploma? Só tem uma coisa que você pode dar que é a sua própria vida. E, enquanto não entregar a sua própria vida, não terá a sua alma salva. Por isso, é que Abraão não teve medo da morte, não fugiu, não se escondeu, não blasfemou, nem perguntou a Deus o porquê de tal tragédia, nem disse bem feito, pois ele havia entregue a sua vida a Deus. E quem tem a sua vida nas mãos de Deus não tem medo das guerras, da morte e das circunstâncias, enfrentando a vida de cabeça erguida, porque sabe que não anda só, mas sim com Deus.
“Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos” (Mc 8.38).
Que vergonha não será para aqueles que dizem ser de Deus, mas que não se negam a si mesmos, não tomam a sua cruz, não fazem a vontade de Jesus, não fazem o que está escrito no Evangelho e ainda tentam negociar com Ele, pensando que algo pode ser mais importante do que a sua alma. Estas pessoas que negam a Cristo e têm vergonha d’Ele, Ele também as negará diante do Pai, porque Ele é justo. Afinal, o que Cristo nos pede não é nada impossível e está ao nosso alcance, como por exemplo entregarmos-Lhe a nossa vida e não ter vergonha d’Ele diante das outras pessoas.
Afinal, a vontade de Deus é que você se negue a si mesmo/a, tome a sua cruz, O siga, perca a sua vida para ganhá-la, ao fazer a Sua vontade, seguindo o que está escrito no Evangelho, pois assim você será a pessoa mais equilibrada, realizada e feliz à face da terra. Ele quer que os seus objectivos – pessoais, espirituais e emocionais – sejam alcançados. Porém, não adianta você ficar a correr atrás do vento, porque você tem é de correr atrás da sua salvação e da sua comunhão com Deus. E o que você tem de fazer hoje, aqui e agora, é entregar-se a Ele e Ele o/a salvará!
Por seu servo em Cristo, Bp. Júlio Freitas