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Coleccionadores de oportunidades

22 de November 2010

Coleccionadores de oportunidades

Um dos aspectos que causa maior frustração no ser humano é depender fisicamente de outrem para sobreviver, contudo, mais grave ainda é quando ele delega o seu poder transformador, passando a depender da actuação de terceiros para alcançar os seus objectivos…

Ora, existe ali, junto à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco pavilhões. Nestes, jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos…” (Jo 5.2)

Observe que todas as pessoas retratadas nesta passagem são, habitualmente, pessoas dependentes, ou seja, contam com os outros para poderem sobreviver. De médicos, de familiares, de um apoio ou de uma ajuda, normalmente, os cegos, coxos ou os paralíticos dependem de terceiros para levar a sua vida diariamente. E foi, precisamente onde estas pessoas se ajuntavam, que Cristo fez questão de comparecer! Eram pessoas doentes e infelizes, que esperavam unicamente que se movesse a água.

…esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo; agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse” (Jo 5.4).

Seria a promessa ou a Palavra de Deus que estaria por detrás daquela história? Seria Ele quem moveria as águas? Não! Tratava-se apenas de uma lenda na qual as pessoas acreditavam! E muitas depositavam todas as suas esperanças naquele mover de águas, pensando “um dia, eu terei a minha oportunidade…”. Da mesma forma, hoje em dia, muitos pensam que a sua oportunidade chegará quando o Governo mudar ou a crise acabar; quando casarem; quando terminarem os seus estudos… ficam à espera de uma oportunidade, porque já perderam muitas ou todas, no entanto, acabam por cometer este erro de ficar à espera de mais uma… e mais uma… e mais uma…

E quando é que este dia chegará? Nunca! Porque o nosso Deus não é um deus de lendas ou de contos de fadas. Ele é um Deus de Poder! Observe, então, o que aconteceu: “Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos” (Jo 5.5) – este homem esperou 38 anos para entrar nas águas! – “Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (Jo 5.6). Ao que o homem respondeu: “…Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, quando eu vou, desce outro antes de mim” (Jo 5.6).

Por outras palavras, o homem alegou que a sua condição se devia ao facto de não ter ajuda, ou seja, que, por isso, ele perdeu todas as suas oportunidades, tendo permanecido ali por 38 anos. Porém, não era isso que Cristo lhe perguntava e muito menos esse tipo de ajuda que lhe estava a oferecer. E é isso que acontece com as pessoas que perdem as oportunidades, dentro ou fora da Igreja, porque ficam à espera que outros as ajudem.

Contudo, a cura daquele de homem não dependia de um amigo, de um anjo ou, muito menos, da água, o milagre dele dependia do Sacrifício, que é pessoal e íntimo. No entanto, ele aprendeu a lição, pois Cristo disse-lhe: “…Levanta-te, toma o teu leito e anda” (Jo 5.8).

Durante 38 anos aquele homem fez as coisas à sua maneira, mas, se quisesse ver o seu sonho realizado, que era vencer a sua paralisia, teria que fazer como Cristo lhe ordenava, procedendo ao seu próprio sacrifício. Foi apenas assim que todos o viram ser curado. E o mesmo se passa hoje em dia, pois ainda que você tenha perdido várias ou todas as oportunidades da sua vida e não tenha tido ninguém para o ajudar e sim muita gente para o atrapalhar, quando você sacrifica: “anda, torna-se independente e todo o mundo vê!”.

São os que ficam à espera de apoio ou de uma oportunidade para sacrificar que, na verdade, as deixam passar… E não só o tempo passará por si, mas a própria vida, por isso, pare de tentar encontrar justificações para os seus fracassos e crie você, agora mesmo, A SUA OPORTUNIDADE!

Por seu servo em Cristo, Bp. Júlio Freitas