Cara-a-cara
Muitos tentam fugir dela, escondendo-se com medo de enfrentar o que possa vir pela frente… mas, para vencer, não há outra alternativa, é enfrentando a guerra, no “cara-a-cara”
“Tornou-lhe o Senhor: Já que Eu estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem.” (Juízes 6.16)
Deus virou-Se, ficando Cara-a-cara com Gideão, e lhe assegurou: “Já que Eu estou contigo.”
A grande verdade é que todos queremos a superação de obstáculos, a resolução de problemas, o alcançar os objetivos e o realizar de sonhos imediatamente, não é verdade?
É tudo para ‘já. Mas este ‘já’, só existe quando Deus está connosco, e, para isso, temos que sair da caverna, deixar de nos escondermos, de temer as ameaças dos inimigos (problemas). A exemplo de Gideão, a quem Deus apareceu e Afirmou: “Já que estou contigo, ferirás (vencerás) os midianitas (problemas) como se fossem um só homem.” Ou seja, a luta é inevitável, já a vitória dependerá do obedecer à Voz de Deus, pois não existe nada que não se possa vencer ou conquistar com a Presença de Deus;
“Ele respondeu: Se, agora, achei mercê diante dos Teus olhos, dá-me um sinal de que És Tu, Senhor, que me Falas.” (17)
Gideão errou ao pedir a Deus um sinal, quando Deus já lhe tinha Dito que era com ele. Mas erros… quem nunca os cometeu ou comete? Todos erramos! Mas, o pior erro só pode ser cometido pelos que conhecem a Verdade, os que ouvem do Próprio Deus a Afirmação: “Eu estou contigo…”… e erram como? Em querer um sinal visível, sentir algo… ver algo… para crer… Quando o que Deus Promete é derrotar todos os nossos inimigos (injustiças, problemas, dificuldades, humilhações…) como se fossem um só!
A realidade é esta: Quem fica a pedir sinais, só verá sinais! E, para ver sinais, não é preciso Sacrificar, por isso acabam por se convencerem, oferecendo “sacrifáceis” e não Sacrifícios.
“Rogo-Te que daqui não te apartes até que eu volte, e traga a minha oferta, e a deponha diante de Ti. Respondeu Ele: Esperarei até que voltes.”(18)
Deus é Humilde e paciente para esperar, para ver qual será a minha e a sua reação e visão diante da Proposta que Ele nos faz.
O tamanho do nosso Sacrifício mostra o tamanho da nossa Fé, revolta, visão em relação às Suas Promessas. Gideão estava convencido de que estava a fazer o que era certo, e foi tão convincente que o Anjo Disse que o esperaria. Não que o Anjo tivesse sido enganado, na verdade, seria para depois mostrar a Gideão que as coisas não iriam funcionar do jeito que ele queria.
Note que Deus não tinha pedido nada a Gideão, ele é que quis fazer uma oferta segundo a sua intenção, achando, assim, que Deus se agradaria dele. Porém, quando fazemos as coisas do nosso jeito, o resultado será sempre dececionante, já quando fazemos como Deus Pede, o resultado será sempre surpreendente.
“Entrou Gideão e preparou um cabrito e bolos asmos de um efa de farinha; a carne pôs num cesto, e o caldo, numa panela; e trouxe-Lho até debaixo do carvalho e Lho apresentou.” (19)
A boa vontade de Gideão ficou notória na sua oferta, mas Deus não precisa da nossa “boa vontade” ou “boa intenção”, Ele Quer ver a nossa Fé-Revoltosa, materializada por meio do nosso Sacrifício-Voluntário.
Repare que quando é “sacrifácil”, é apresentado em qualquer lugar, por isso Gideão não levou até ao Altar (mesmo porque não havia), e sim “trouxe-Lho até debaixo do carvalho e Lho apresentou.”
Uma coisa é o que você, eu, estamos acostumados a oferecer, queremos dar, sacrificar, ofertar; outra muito diferente é o que Deus Quer que ofereçamos, sacrifiquemos!
Apesar da miséria, de todas as dificuldades, ele quis dar o cabrito e os bolos asmos, mas, o que mudou? Que solução Deus deu para ele? Nenhuma! É isto que acontece quando se apresenta o “sacrifácil” (fé sem revolta= sacrifácil): não existe segurança de nada, e ainda se perde o pouco que se tem.
“Ai de mim, Senhor Deus! Pois vi o Anjo do Senhor face a face. Porém o Senhor lhe disse: paz seja contigo” Não temas! Não morrerás!” (23)
Quando não sacrificamos para Deus, consequentemente, sacrificamos para nós e para outros… isso é um facto! Mas, as consequências desta ausência de sacrifícios para Deus, revela que a minha crença n’Ele é religiosa e isso é muito, muito perigoso. Pois, como vítima da fé-religiosa, eu fico vulnerável e há a ação do mal na minha vida. Inclusive, manifesto medo até em relação aos sinais de Deus, que indicam que preciso de mudar, me libertar, sair da fé-religiosa para assumir, exercitar a Fé-Revoltosa.
Observe, acima, que Gideão depois de manifestar a fé-religiosa, ofertando o que queria para Deus, acabou por revelar medo de morrer, isto quando Deus havia Dito, Prometido, que estaria com ele. Mas, porque ele insistiu em querer fazer tudo do seu jeito, acabou por pensar que Deus o mataria… quando o Plano de Deus era de lhe dar vitória sobre os inimigos, dar vida, prosperidade, liberdade, felicidade, a Salvação…
Deus combateu aquela fé-religiosa com uma Afirmação, com o que mais Gideão queria, a paz. Dizendo: “Paz seja contigo” Não temas! Não morrerás!” Repare o perigo de estar a exercitar um fé-religiosa, pois isso nos faz exclamar: “Ai, ai, ai…”, quando deveria ser a nossa exclamação:
“*Eia, Eia, Eia!!!”
* Subamos e possuamos!
A Paz era o que Gideão mais queria, mas, como obter paz antes da guerra? Como obter paz sem ir à batalha? Primeiro há que vencer! Já afirmei em ocasiões anteriores: O preço da paz é a guerra. A guerra contra a injustiça e tudo aquilo que não provém de Deus.
“Então, Gideão edificou ali um Altar ao Senhor e lhe chamou de O Senhor É Paz…” (24)
Altar ao Deus-Vivo não é Altar, até que seja apresentado sobre o mesmo, o Sacrifício Pedido por Deus.
Este “altar” que Gideão edificou, para nada serviu, uma vez que ninguém creu que Deus lhe tinha aparecido, porque, então, que ele seria o libertador do seu Povo, que um dia ele seria líder de Israel! Mas, depois que ele levantou o Altar que Deus Pediu e Sacrificou sobre o mesmo também o que Deus lhe tinha Pedido, aí sim, a situação começou a mudar e todos começaram a ver esta mudança, a diferença! Não será diferente connosco.
Deus é contigo e nós também!
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