Por que me rejeitam?
Um menino tinha uma cicatriz na face, por isso, as outras crianças do seu colégio não falavam com ele e nem se queriam sentar ao seu lado. Na realidade, quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa, devido à cicatriz ser muito feia.
Então, a turma reuniu-se com o professor e foi sugerido que o menino da cicatriz não frequentasse mais o colégio. O professor, então, levou o caso à directoria do colégio.
A directoria ouviu e chegou à seguinte conclusão: que não poderia tirar o menino do colégio e que conversaria com ele sobre o assunto. Ficou decidido que ele seria o último a entrar na sala de aula e o primeiro a sair, desta forma, nenhum aluno veria a cara do menino, a não ser que olhassem para trás.
O professor achou magnífica a ideia da directoria, pois sabia que os alunos não olhariam mais para trás. A decisão foi levada ao conhecimento do menino e ele prontamente aceitou a imposição do colégio, com uma condição: que ele compareceria na frente dos alunos, na sala de aula, para dizer o porquê daquela CICATRIZ.
A turma concordou e, no dia, o menino entrou na sala dirigiu-se à frente da turma e começou a relatar: “Sabem, eu entendo-vos, na realidade, esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri: a minha mãe era muito pobre e, para ajudar na alimentação de casa, ela passava roupa para fora…”
A turma estava em silêncio, atenta a tudo.
O menino continuou: “…para além de mim, havia mais três irmãozinhos, um de 4 anos, outro de 2 e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida.”
Silêncio total na sala.
“Foi, então, que, não sei como, a nossa casa que era muito simples, feita de madeira, começou a arder. A minha mãe correu até ao quarto em que estávamos, pegou no meu irmãozinho de 2 anos ao colo, eu e o meu outro irmão pelas mãos e levou-nos para fora. Havia muito fumo, as paredes, que eram de madeira, estavam em chamas e o ambiente estava muito quente…
A minha mãe sentou-me no chão, do lado de fora, e disse-me para ficar com eles até ela voltar, pois a minha mãe tinha que voltar para pegar a minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa em chamas.
Só que, quando a minha mãe tentou entrar na casa, as pessoas que estavam ali não deixaram a minha mãe ir buscar a minha irmãzinha e eu via a minha mãe gritar: ‘a minha filhinha está lá dentro!’.
Vi no rosto da minha mãe o desespero, o horror e ela só conseguia gritar, mas aquelas pessoas não deixaram a minha mãe ir buscar a minha irmãzinha…
Foi, então, que decidi.
Peguei no meu irmão de 2 anos, que estava no meu colo, e coloquei-o no colo do meu irmãozinho de 4 anos, dizendo-lhe que não saísse dali até eu voltar.
Saí de entre as pessoas, sem ser notado, e quando perceberam eu já tinha entrado na casa.
Havia muito fumo, estava muito quente, mas eu tinha que encontrar a minha irmãzinha.
Eu sabia o quarto em que ela estava.
Quando cheguei lá ela estava enrolada num lençol e chorava muito…
Nesse momento vi alguma coisa a cair, então, atirei-me para cima dela para protegê-la e aquela coisa quente encostou-se na minha cara…”
A turma estava quieta, atenta ao menino e envergonhada, então, o menino continuou: “Vocês podem achar esta CICATRIZ feia, mas tem alguém lá em casa que acha linda e todos os dias, quando chego a casa, ela, a minha irmãzinha, beija-me porque sabe que é uma marca de AMOR.”
Vários alunos choravam, sem saberem o que dizer ou fazer, mas o menino foi para o fundo da classe e, imovelmente, sentou-se.
Queria dizer que o mundo está cheio de CICATRIZES.
Não falo da CICATRIZ visível, mas das cicatrizes que não se vêem, estamos sempre prontos a abrir cicatrizes nas pessoas, seja com palavras ou acções.
Há, aproximadamente, 2.000 anos CRISTO, adquiriu algumas CICATRIZES nas Suas mãos, pés e cabeça.
Essas cicatrizes eram nossas, mas Ele protegeu-nos e ficou com todas as nossas CICATRIZES…
Essas também são marcas do Sacrifício.
Jesus aceita-o, não por quem você é, mas sim pelo que você é e, para Jesus, você é a pessoa mais importante deste Mundo.
Este é o presente mais Maravilho que pude receber, aceite, pois é para si também!
Espero ter colaborado em algo, Bjf