Porquê tirar as sandálias?
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Moisés foi educado em todas as ciências egípcias e preparado para ser o futuro faraó. Ele tinha todos os conhecimentos humanos necessários para ser o líder da maior nação existente até então, além disso, segundo o historiador Josefo, Moisés chegou a ser general das hostes do faraó, pelo que estava preparado para grandes guerras e havia feito grandes proezas na liderança do exército egípcio.
Somado a tudo isso construiu, segundo o mesmo historiador, cidades para faraó.
Diante de tudo isso encontramos um Moisés forte, líder, ousado, destemido, aparentemente preparado… até que ele vai visitar os seus irmãos e vê um egípcio a maltratar um hebreu e isso provoca uma indignação que leva Moisés a tomar uma decisão impensada, ou melhor, bem premeditada, pois, penso eu, que naquele momento Moisés pensou: “os hebreus são mais fortes e numerosos que os egípcios, eles só precisam de um líder e essa pessoa sou eu. Castigando este egípcio, o povo unir-se-á a mim e logo com todo o meu conhecimento de guerra e estratégia de batalha derrubaremos o Egito e seremos livres!”. Isso na teoria parece muito bonito, só que Moisés não entendia que a libertação viria da Mão de Deus e não da força do braço humano, pois se assim fora, o próprio povo já o houvera feito!
Moisés fracassou, pois teve de fugir para não ser morto, e aí começa a sua decadência, pois aquele homem tão “preparado” não estava preparado para um fracasso. A fé não é somente para conquistar, ela também nos sustenta e dá força para superar essas deceções que todos estamos sujeitos a passar. Moisés foi para o deserto e lá ficou por 40 anos, e nesse intervalo aquele grande homem apagou, converteu-se num homem medroso, cheio de complexos, sem iniciativas, a tal ponto que em 40 anos não foi capaz de fazer nada pela sua vida. Transformou-se num empregado do sogro, não tinha casa, nem ovelhas próprias, pois cuidava das do seu sogro.
O que aconteceu com aquele homem, com aquele general? E quantas não são as pessoas que depois de uma desilusão, um fracasso, um tropeço, não passam pelo mesmo? Ficam sem chão, como diz sempre o bispo “sem eira nem beira”, deprimem-se a tal ponto que os anos passam e elas não fazem mais nada, pois ficam presas ao passado, têm medo de perder de novo, medo de que as coisas saiam mal, medo de tentar de novo, transformam-se em verdadeiros escravos dos seus fracassos e do seu passado.
Pois bem, Moisés, quando chega ao SINAI, depara-se com fogo numa sarça, justamente o que a ele fazia falta, FOGO para a sua vida tão apagada e sem sentido, mas, quando ele trata de se aproximar, DEUS disse: “Não te chegues para cá, TIRA AS SANDÁLIAS DOS PÉS…” ou seja, vença os seus medos, os seus complexos, os seus fantasmas do passado, as suas DÚVIDAS, pois tudo isso é o isolante que impedirá essa ENERGIA de entrar no seu seu ser e fazer de você uma pessoa iluminada, cheia desse fogo.
Quem quiser esse poder, esse fogo, tem que tirar as sandálias dos pés e subir no altar com toda a sua força. Não pode haver nem uma sombra de dúvida, nada absolutamente, pois só assim a Glória de Deus será manifesta! Ninguém se pode aproximar d’Ele calçado, é tudo ou nada!
“Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que estão indignados contra ti; serão reduzidos a nada…” (Isaías 41.11)
Bp. Franklin Sanches
México